Nesse momento delicado, o hiBike disponibilizou um espaço no aplicativo para divulgar pequenas empresas que estão comercializando seus produtos e serviços em canais online.
Na nossa primeira LIVE DE CICLISTA tivemos o prazer de receber dois grandes nomes da mobilidade urbana: o Anderson Ciclonauta Urbano e o Marcelo Mixirica, e a jornalista Angélica Weise nos conta a experiência de assistir no YouTube da hiBike
Nada se compara ao simples prazer de pedalar
Foi essa a impressão que a Live de Ciclista, realizada em 31 de julho pela hiBike, e com a participação de Marcelo Florentino (o Mixirica) e Anderson Augusto (o Ciclonauta Urbano), deixou aos que assistiram.
Eu como iniciante no pedal pude ver nos olhos de Marcelo Mixirica e do Ciclonauta Urbano a paixão pela bicicleta. Foi uma conversa com boas reflexões, dicas e ensinamentos para compartilhar com aqueles que gostam, e também se interessam em pedalar.
Ciclonauta Urbano contou que a descoberta pela bicicleta começou nos anos 2000. Ele tinha uma agência de publicidade e o estagiário vinha trabalhar todo dia de bike. Então, Anderson comprou uma bicicleta em um supermercado (ele não recomenda), e começou a fazer o mesmo. Tudo foi experiência, e em três meses conseguiu reduzir o tempo de pedal de uma hora e meia para 35 minutos. Com o tempo percebeu que se “tornou um só, junto com a bicicleta.”
Em 2006 adotou o “codinome” Ciclonauta Urbano. Criou um blog que contava os perrengues diários, como enfrentar o trânsito cruel e o desrespeito. Segundo ele, hoje se respeita mais os ciclistas. Afinal são mais 600 mil pessoas usando bicicleta diariamente na cidade de São Paulo.
Bate-papo descontraído
Mixirica contou que o lugar mais fantástico que já pedalou foi no Peru. É claro, que não pude deixar de me sensibilizar por suas palavras sobre o que a bicicleta representa em sua vida:
A bicicleta me educou. É uma escola. É uma religião. Me tirou do mal. A bicicleta foi uma escola, faculdade, doutorado. Me levou ser uma pessoa melhor. Entrar no ciclismo era difícil, ainda mais na periferia. Você conhece cada canto da cidade, a natureza.
Ciclonauta Urbano também respondeu à pergunta sobre os picos de pedal em São Paulo. Ele respondeu que são as “as bordas da cidade”. Ele exaltou os cantos maravilhosos da capital, como as cachoeiras na zona sul, a zona norte; lugares onde se pode presenciar vida silvestre, como os macacos bugio. “Poucos paulistanos acabam atravessando a cidade. De bicicleta, qualquer caminho é possível. A bicicleta não tem percurso que ela não faz. Inclusive na cidade a bicicleta vai onde o carro não vai. Pegue uma bicicleta e descubra a cidade.”
Pedalar lhe deu um outro olhar sobre São Paulo: “Quando você sai do veículo, você ganha 360 graus de vista. A cidade me devolveu uma segunda vida. Me deu mais saúde. Vi a cidade onde eu moro com outros olhos. Mas vi o caos também, buracos, falta de respeito. Essa nova cidade que é tão maltratada. Não renovei minha CNH desde 2008”.
E como a conversa estava descontraída, certamente não deixei de rir quando Mixirica contou uma história inusitada de entrega que ele fez de pijama, mostrando toda a sua simplicidade e capacidade de resolver problemas com sensatez e bom humor, já que no prédio não era permitido entrar de bermuda.
Há sempre aquela dúvida sobre os quilômetros que já se pedalou. Ciclonauta Urbano conta que nos primeiros anos pedalou em torno de 4 mil quilômetros. Era pouco segundo ele, pois só fazia o percurso da sua casa para agência. Mas foi aumentando e chegou a 1000 quilômetros por mês. Teve anos que pedalou 31 mil quilômetros. Não somou tudo. Nos últimos anos 20 a 24 mil.
Já Mixirica disse que em 2025 vai chegar a 500 mil quilômetros! O que deixou todos ainda mais admirados pela figura desse incrível personagem.
E, é claro que eu não deixei de fazer a minha pergunta no chat sobre o uso da bicicleta após a pandemia. O uso já está aumentando, segundo respondeu Ciclonauta Urbano. Muitos locais já não tem bicicleta para vender. “A gente percebe esse aumento em determinados horários. Muitas pessoas que compram não usam ainda no trabalho. Alguns compraram com o intuito de cuidar da saúde”, disse Anderson.
Já Mixirica também notou um aumento. Ele sugeriu aos novos ciclistas prezar por sua segurança. Ressaltou “a importância do capacete, as leis de trânsito, não andar na contramão, a mecânica da bicicleta em dia, levar uma câmara reserva e uma bomba. O ciclista também deve respeitar os carros e os pedestres”. Ciclonauta Urbano enfatizou a importância do capacete e o uso de sinalização luminosa à noite.
A live foi uma aula; tanto para quem já pedala há muitos anos, como também para quem está iniciando. É interessante ver o olhar de cada um. Mesmo com tantos anos de experiência, eles compartilham sabedoria com simplicidade. É claro que me trouxe ainda mais motivação. Afinal, há muita coisa pela frente.
Abraço, Angélica